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Você sabia? Doar sangue pode queimar até 650 kcal, revela estudo científico

Além de salvar vidas, a doação de sangue pode gerar efeitos fisiológicos no corpo que resultam na queima significativa de calorias

Doar sangue pode queimar calorias/Reprodução
Doar sangue pode queimar calorias/Reprodução

A doação de sangue é um dos atos mais significativos de solidariedade. Em poucos minutos, uma pessoa pode ajudar a salvar até quatro vidas.

Mas o que muita gente não sabe é que esse gesto, além de essencial para quem precisa, também mobiliza reações importantes no organismo do próprio doador — inclusive, a queima calórica.

Estima-se que doar sangue possa resultar na queima de até 650 kcal, segundo informações divulgadas em conteúdos educativos sobre saúde.

Esse dado não transforma a prática em um método de emagrecimento — longe disso —, mas chama a atenção para o esforço que o corpo realiza ao se recuperar de uma doação. O número, que varia de acordo com o metabolismo de cada pessoa, reflete uma resposta fisiológica complexa e ainda pouco conhecida do público.

Doação de sangue/Reprodução
Doação de sangue/Reprodução

ENTENDA O QUE ACONTECE NO ORGANISMO APÓS DOAR SANGUE

Ao doar cerca de 450 ml de sangue, o corpo perde aproximadamente 10% do seu volume total sanguíneo. Esse impacto não é perigoso para quem está em boas condições de saúde, mas exige uma reorganização fisiológica imediata. O organismo, então, entra em modo de compensação, iniciando processos que consomem energia:

  • Reposição de líquidos: A água presente no sangue começa a ser reposta nas primeiras horas após a doação.
  • Produção de novas células: A medula óssea aumenta a produção de hemácias (glóbulos vermelhos), um processo que pode durar de alguns dias a semanas.
  • Ativação do metabolismo: Esse conjunto de reações aumenta o gasto energético, o que explica a queima de calorias.

O esforço para restabelecer o equilíbrio do corpo não passa despercebido. Assim, mesmo em repouso, o organismo gasta mais energia do que o habitual após a doação.

DOAR SANGUE EMAGRECE? A RESPOSTA É NÃO

Apesar de a informação sobre a queima calórica de até 650 kcal ser verdadeira, especialistas reforçam que esse dado deve ser visto com cautela. A doação de sangue não é, e nunca deve ser, utilizada como ferramenta para emagrecimento.

O gasto calórico é apenas uma consequência natural da reação do corpo ao processo. Usar a doação com essa finalidade distorce o propósito real do ato: ajudar o próximo e contribuir com a saúde pública.

Além disso, existem limites seguros para a frequência da doação. Homens só podem doar até quatro vezes ao ano e mulheres, até três. Isso impede qualquer tentativa de transformar a prática em hábito voltado à perda de peso.

BENEFÍCIOS QUE VÃO ALÉM DA QUEIMA CALÓRICA

Embora a queima de calorias chame atenção, ela não é o único benefício fisiológico percebido por quem doa sangue regularmente. Diversos relatos apontam para melhorias na circulação, equilíbrio nos níveis de ferro e até uma sensação de bem-estar psicológico. Veja alguns dos efeitos mais mencionados:

  • Controle dos níveis de ferro: A doação regular pode ajudar a manter os níveis de ferro sob controle, o que está associado a uma menor incidência de doenças cardíacas.
  • Estímulo à produção sanguínea: O corpo se renova mais rapidamente, favorecendo um sistema circulatório saudável.
  • Bem-estar emocional: Muitos doadores relatam se sentir mais conectados socialmente e mais felizes após ajudar outras pessoas.

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Doar sangue/Reprodução
Doar sangue/Reprodução

O IMPACTO SOCIAL E OS DESAFIOS DA DOAÇÃO

Mesmo com os benefícios claros, doar sangue ainda não é um hábito consolidado entre os brasileiros. Segundo dados de campanhas nacionais, menos de 2% da população doa sangue regularmente — percentual inferior ao recomendado pela Organização Mundial da Saúde.

Estima-se que, no Brasil, sejam necessárias cerca de 5.500 doações por dia para atender a demanda nacional. No entanto, períodos como feriados prolongados, inverno e férias escolares provocam quedas drásticas nos estoques dos bancos de sangue.

Os hemocentros precisam manter um estoque estável de todos os tipos sanguíneos, especialmente os mais raros, como O- e AB-. Nessas situações, campanhas emergenciais são criadas para sensibilizar a população.

HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DA DOAÇÃO DE SANGUE

A prática da doação de sangue tem raízes antigas. Ainda no início do século XX, os primeiros bancos de sangue começaram a surgir com mais organização. Foi durante a Segunda Guerra Mundial que a doação se consolidou como ação essencial à sobrevivência em larga escala.

Com o avanço das técnicas de conservação e separação dos componentes sanguíneos, tornou-se possível utilizar uma única doação para beneficiar diversos pacientes, o que aumentou ainda mais a importância dessa prática.

Hoje, com os métodos modernos de testagem e coleta, doar sangue é seguro, rápido e eficaz. Todo o material utilizado é esterilizado e descartável, eliminando qualquer risco de contaminação

MITOS COMUNS SOBRE DOAR SANGUE

Apesar de todas as informações disponíveis, ainda há mitos que dificultam a adesão de novos doadores. Entre os principais equívocos estão:

  • “Doar sangue engorda” — falso. A doação não interfere diretamente no peso corporal.
  • “Doar sangue afina o sangue” — falso. A viscosidade do sangue volta ao normal rapidamente após o procedimento.
  • “Pessoas com tatuagens não podem doar” — falso. Pessoas com tatuagens podem doar sangue normalmente, desde que tenham feito o procedimento há mais de 12 meses.

Desmistificar essas crenças é fundamental para aumentar o número de doações e salvar mais vidas.

UM GESTO SIMPLES COM GRANDE REPERCUSSÃO

A informação de que doar sangue pode queimar até 650 kcal é um dado curioso, mas também educativo. Ela ajuda a compreender a intensidade dos processos que o corpo atravessa ao praticar esse ato.

Ao entender melhor os efeitos no organismo e os benefícios sociais da doação de sangue, cresce também a responsabilidade de tornar essa prática parte da cultura de cuidado coletivo.

Seja pelo impacto na saúde individual, seja pela importância para quem depende de transfusões, doar sangue é — e sempre será — um gesto que transforma vidas.