Economia

Cadeia de Valor: indústria florestal traz sustentabilidade no campo e geração de renda

Programas apoiam produtores rurais a plantar eucalipto, respeitando o código florestal, mantendo as reservas legais e zelando pelas áreas de preservação permanente

Eucalipto se torna fonte alternativa de renda para produtores rurais de Norte a Sul do ES Foto: Divulgação

Para fomentar a sustentabilidade no campo e gerar renda, a indústria florestal promove ações para incluir o produtor rural na cadeia de valor das grandes empresas. Entre elas, o programa de Poupança Florestal. Assim, o agricultor também diversifica a produção e agrega mais valor às propriedades. O assunto compõe o penúltimo episódio da série Cadeia de Valor, exibida no Jornal da TV Vitória desta quinta-feira (10). 

Um exemplo dessa parceria é o da família Krohling. Há 80 anos, eles trabalham nos 180 hectares de suas terras, em Marechal Floriano, com diversas possibilidades de cultura e, há 26, decidiram diversificar ainda mais a produção em suas terras. 

“A região tinha um pouco de carência em algumas atividades, a produção era basicamente café. Com a chegada do eucalipto, criou-se outra fonte de renda que veio para as propriedades e, é lógico, uma fonte de renda alternativa sempre é bem-vinda.” Contou o produtor rural Rodrigo Krohling.

A economia da região circula em torno da agricultura familiar e das plantações de café. No caso dos Krohling, há também plantações de banana da terra e até mesmo cultivo de tilápia. “Essas culturas que já tinham na propriedade são sazonais de valores, podem retorno financeiro ou não, por isso veio a ideia de plantar o eucalipto”, frisou o produtor

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Os Krohlings foram os primeiros da região a cultivar floresta plantada e são parceiros da Fibria. Além de cultivar eucalipto, os Krohling atuam como prestadores de serviço na região serrana do estado: fazem colheita, carregamento e transporte de madeira.

Com isso, só a família de Rodrigo gera 23 oportunidades de emprego. “A Fibria quer que os produtores continuem produzindo seu café, suas hortaliças, seu gado e leva o eucalipto como mais uma opção dentro da propriedade”, afirmou Rafael Rodrigues, consultor Poupança Florestal.

Como os Krohling, Jorge Braz também presta serviço, mas na Região Sul do Estado, com ajuda de 30 funcionários. Empreendedor, ele tinha apenas 23 anos quando enxergou a possibilidade de negócio. “Comecei no transporte de eucalipto no finalzinho de 1997, assim que abriu o depósito da Fibria em Ibatiba. A princípio eu trabalhava sozinho, cortava, tombava e carregava as maneiras. Só que estava ficando difícil para eu sozinho fazer a função, então contratei mais pessoas”. 

Em 20 anos, a frota montada para o serviço evoluiu de um caminhão para dois caminhões, duas gruas, quatro carros de apoio e um Harvester, equipamento que colhe a árvore e corta em toras. Um investimento feito sem capital inicial, mas que deu certo. Jorge ganhou, e muito, em produtividade.

Atualmente, Jorge está fazendo colheita na propriedade de Renato Zago, em Atílio Vivacqua, região onde predomina a pecuária. A família é produtora de leite há mais de 60 anos e utiliza a parte improdutiva da propriedade para plantar eucalipto e, com isso, garantir renda extra.

“Os morros da nossa propriedade era improdutivos. Todo ano meu pai tinha que roçar, tinha despesa e aproveitamento com gado mesmo, nenhum. Se fizer as contas hoje, o eucalipto produz mais que o boi no pasto”, brincou o produtor rural.

Respeitar o código florestal, manter as reservas legais e zelar pelas áreas de preservação permanente, são obrigações de todo produtor que participa da Poupança Florestal. Só assim é possível conseguir financiamento para tocar a produção. Só no ES, a Fíbria possui 1200 produtores fomentados pelo programa. No ano passado, a participação deles no abastecimento de madeira da fábrica de Aracruz foi recorde: chegou a 45%.

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