Convocação para o Parapan realiza sonho de casal capixaba do atletismo
Lorraine Aguiar e Marcos Vinícius Oliveira foram, pela primeira vez, convocados juntos e vão defender o Brasil no Parapan de Santiago em novembro
Uma convocação, dois sonhos realizados. Lorraine Aguiar e Marcos Vinícius Oliveira formam o casal capixaba do atletismo. E tiveram a felicidade de comemorar, pela primeira vez, uma convocação de ambos para a seleção brasileira. Juntos, eles vão defender o Brasil no Parapan de Santiago, de 17 a 26 de novembro, no Chile.
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Atletas do Unicep, ambos treinam na pista da Ufes e correm praticamente as mesmas provas. Lorraine é especialista nos 100m, 200m e 400m rasos. Vinícius, por sua vez, corre os 100m e é especialista nos 400m rasos. A convocação dos dois ao mesmo tempo era um sonho antigo, que só agora foi realizado.
"Sempre foi um sonho sermos convocados juntos, mas ainda não tinha acontecido. Tá sendo muito legal essa experiência agora", comemora Lorraine, 26 anos.
"Veterana" em convocações, ela está na seleção brasileira desde 2022 e vai aproveitar para passar experiência e ajudar Vinícius, que foi convocado pela primeira vez na carreira.
"Eu lembro da minha primeira convocação. Chorei muito e foi uma emoção que não consigo nem explicar. Parecia que eu estava sonhando. Agora chegou a vez do Vinícius. Ele tá com o sorriso de orelha a orelha!", brinca a velocista: "Vai ser muito legal passar experiência pra ele e ajudar a controlar a ansiedade".
Lorraine vive o melhor momento da carreira. Ela treina com o técnico Carlos José Camilo, treinador e pai do velocista e ex-BBB Paulo André Camilo. E corre com o guia Fernando Martins, que já trabalhou com outros corredores capixabas de destaque internacional como Daniel Mendes e Renata Bazone.
Em 2023, a capixaba foi ouro nos 100m, 200m e 400m no Open Internacional de Atletismo; ouro nos 100m e prata nos 200m e 400m no Grand Prix de Marrakech; e ouro nos 100m e 200m no Grand Prix de Nottwill 2022. Além disso, competiu no Campeonato Mundial em Paris, na França, em julho.
"É um ano muito especial pra mim! Competi no Mundial em Paris, ganhei experiência e bati as minhas melhores marcas. Pra fechar com chave de ouro, veio essa convocação para o meu primeiro Parapan! Tô muito feliz", comemora Lorraine.
Do goalball para o atletismo
Novato na seleção brasileira, Marcos Vinícius, que é natural de Jaguaré, começou no esporte paralímpico jogando goalball, ainda nos tempos de colégio. Como tinha "tempo sobrando" durante as manhãs, foi convidado para treinar atletismo. Gostou e ficou.
"Vim morar em Vitória em 2015, aos 19 anos. Quando corri pela primeira vez, não sabia nem o que era atletismo. Um amigo que me disse 'vai lá e corre!'. Corri e gostei. Acabei ficando", conta Vinicius.
Lorraine também era atleta de goalball. E acabou convidada para o atletismo por Vinicius. Em 2016, ambos passaram a treinar atletismo e começaram a namorar naquele mesmo ano. "Fui rápido! Igual nas pistas", brinca Vinicius.
A primeira convocação para a seleção brasileira chegou aos 28 anos. Mais demorada do que ele gostaria. Mas a tempo de mostrar serviço.
"Eu esperava antes (a convocação), mas também tive lesão e isso me atrapalhou muito. Agora tô melhor e há bastante tempo que não me lesiono", contou o corredor.
Marcos Vinícius compete na classe T12, nas provas de 100m e 400m rasos, que é a sua especialidade.
"Comecei a perceber que tinha problema de visão lá pelos sete, oito anos de idade, no colégio, com a professora percebendo que tinha alguma coisa diferente. Eu tenho baixa visão e venho perdendo com o tempo. Não tem cura, infelizmente. Já mudou a minha vida antes, agora eu já me acostumei", explica Marcos Vinícius, que treina na pista de Ufes com o treinador Ernesto Epifânio Mendonça e defende o Unicep.
Atletismo no treino, nas competições e em casa
Lorraine e Marcos Vinícius estão juntos desde 2016. E já tentaram evitar o assunto atletismo dentro de casa. Ficou só na tentativa.
"Eu já falei pra gente não falar de atletismo em casa. Falei pra gente ver um filme, uma série. Mas durou meia hora e já estávamos falando sobre o que fizemos no treino, sobre os erros e acertos. Não tem jeito, né", brinca Lorraine: " A gente vive o esporte".
"O bom é que um ajuda o outro em tudo. Por exemplo, na dieta. Não tem como não falarmos de atletismo o dia todo. Até em casa", completa Marcos Vinícius.
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