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Fila de carros: milhares de pessoas tentam deixar Kiev após invasão da Rússia

Enormes congestionamentos se formaram, especialmente nos corredores de acesso às saídas da cidade. Também houve grande procura por postos de combustíveis e supermercados

Estadão Conteúdo

Redação Folha Vitória
Foto: EMILIO MORENATTI ASSOCIATED PRESS ESTADÃO CONTEÚDO

Milhares de moradores de Kiev deixaram a capital da Ucrânia no começo desta quinta-feira, 24, após a Rússia iniciar a invasão a várias partes do país. A capital já vive um verdadeiro caos.

Enormes congestionamentos se formaram, especialmente nos corredores de acesso às saídas da cidade. Também houve filas nos postos de combustíveis e vários deles já não têm mais gasolina para vender.

Muitos moradores também estão percorrendo os supermercados, tentando comprar mantimentos. Há milhares de pessoas lotando estações de ônibus e trens do metrô, a maioria com bagagem nas mãos, tentando deixar a capital ucraniana.

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O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitro Kuleba, acusou Vladimir Putin de iniciar uma "invasão em grande escala" contra seu país. "Cidades ucranianas pacíficas estão sob ataque", tuitou. Contrariando as imagens captadas em solo ucraniano, Kuleba também afirmou que "ninguém está fugindo".

Pouco depois de duas explosões serem ouvidas em Kiev, as sirenes para alertar para bombardeios ressoaram no centro da capital. Os moradores correram para as estações subterrâneas do trem em busca de abrigo.

O Ministério da Infraestrutura da Ucrânia anunciou o fechamento do espaço aéreo do país "por causa do alto risco de segurança", interrompendo o tráfego civil logo após a meia-noite. 

A Rússia afirma ter feito uma primeira ofensiva contra alvos militares em Kiev, Kharkiv e outras cidades no centro e no leste do país, enquanto autoridades ucranianas confirmam 8 mortes até o momento.

O Ministério da Defesa russo garante ter destruído a capacidade de defesa antiaérea da Ucrânia, bem como parte de seus jatos na operação e negou que seus militares estivessem realizando ataques contra cidades ucranianas.

"Armas de alta precisão estão tornando inoperantes a infraestrutura militar do Exército ucraniano, sistemas de defesa aérea, pistas e jatos das forças aéreas", disse a pasta.

Os ucranianos dizem ter derrubados cinco caças russos e um helicóptero durante os bombardeios, o que Moscou negou.

O presidente ucraniano Volodmir Zenlenski pediu calma e adotou lei marcial - quando regras militares substituem as leis civis comuns de um país.

Ameaças de Putin

Em uma mensagem televisionada, Putin anunciou sua decisão e prometeu retaliação a quem interferir na operação russa na Ucrânia. 

Na mensagem, o líder russo, que justificou sua decisão por um pedido de ajuda dos separatistas pró-russos e pela política agressiva da Otan com Moscou, também pediu que os militares ucranianos "deponham as armas". 

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"Qualquer um que tente interferir conosco, ou mais ainda, criar ameaças para nosso país e nosso povo, deve saber que a resposta da Rússia será imediata e o levará a consequências como você nunca experimentou em sua história."

Putin classificou sua operação como um ataque aos "nazistas" na Ucrânia, assim como a rejeição da ordem mundial liderada pelos EUA. Segundo ele, a aspiração da Ucrânia de ingressar na Otan representa uma ameaça terrível para a Rússia. (Com agências internacionais).

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