PM levou suspeito de matar enteada em Santa Maria para outra cidade para evitar linchamento
A chegada de Valdeni Plaster ao Destacamento da Polícia Militar de Santa Maria de Jetibá foi acompanhada por cerca de 100 pessoas que estavam revoltadas
Valdeni Plaster, preso nesta segunda-feira (21), suspeito de assassinar a enteada e ferir a mãe e a irmã da vítima com golpes de facão, em Santa Maria de Jetibá, na Região Serrana do Espírito Santo, precisou ser levado para outra cidade. O receio da Polícia Militar era de que ele fosse linchado.
A informação foi confirmada pelo major Cabral, comandante da 8° Companhia Independente de Santa Teresa, que conduziu a operação para a prisão do suspeito. Segundo ele, na chegada ao Destacamento da Polícia Militar de Santa Maria de Jetibá, várias pessoas já gritavam com palavras de revolta.
"Sabíamos que a população estava revoltada. Quando nós encostamos a viatura, já tinha mais de 100 pessoas em torno do DPM, proferindo frases de revolta. Achamos que seria mais prudente trazer para Santa Teresa para que não houvesse o risco de acontecer nenhum tipo de linchamento ou intervenção no trabalho da polícia, que tem a missão de preservar a vida do infrator", explicou.
Segundo a polícia, o suspeito já possui outras passagens. Entre elas, está uma tentativa de homicídio contra o próprio pai e o assassinato de outra pessoa. Os crimes aconteceram no ano de 1993. Por causa deles, Valdeni Plaster chegou a ficar preso por mais de 14 anos.
Segundo o major Cabral, o suspeito também tentou contra a vida de policiais militares durante uma abordagem em 2017.
"Ao nosso ver, é um indivíduo de alta periculosidade, é um indivíduo perigoso. Conseguimos tirar ele do seio da sociedade, para que ele não oferecesse mais perigo ao restante da nossa população", afirmou o major.
Segundo a Secretaria de Justiça do Espírito Santo, ele também tinha passagens por lesão corporal, envolvimento com drogas e posse de arma de fogo.
Relacionamento com as enteadas
A família da vítima contou que o relacionamento dele com as enteadas era conturbado. Para evitar novos atritos na família, Angélica e a irmã adolescente moravam em uma casa próximo à residência da mãe.
Segundo a polícia, Evanilda e o Valdeni teriam discutido e, no meio da confusão, a mulher acabou esfaqueada com um facão. A vítima começou a gritar para pedir ajuda.
As filhas, que moram próximo ao local, ouviram os gritos da mãe e correram para ajudar. Elas acabaram feridas e uma delas, Angélica Oto, de 23 anos, acabou morrendo.
Após o crime, o suspeito abandonou a caminhonete na casa de Evanilda e fugiu com a moto de Angélica.
A adolescente ainda estava lúcida quando os policiais chegaram. Ela contou aos militares, com muita dificuldade, que ela e a irmã foram tentar defender a mãe das agressões do padrasto.
Vizinhos contaram que outra irmã, uma menina de apenas 8 anos, presenciou o crime, mas não ficou ferida. A criança está com familiares.
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