Polícia

Violência esvazia casas de aluguel e afeta até o trabalho de taxistas no bairro Andorinhas, em Vitória

Na manhã desta quinta-feira (16), uma viatura do Batalhão de Missões Especiais (BME) reforçou a segurança no bairro, um dia após as três trocas de tiros que amedrontou a população

Foto: TV Vitória

A violência na região de Andorinhas, em Vitória, está mudando os hábitos dos moradores do bairro. Muitas pessoas, que moravam de aluguel, já mudaram de endereço, com medo dos constantes tiroteios.

Na manhã desta quinta-feira (16), uma viatura do Batalhão de Missões Especiais (BME) reforçou a segurança no bairro, um dia após as três trocas de tiros que amedrontaram a população. Mesmo com a presença dos policiais, moradores se sentiam inseguros. 

Como conseqüência da insegurança, há alguns meses o Centro de Referência à Assistência Social (CRAS), fechou as portas e passou a funcionar no posto de saúde de Andorinhas. 

Segundo o relato de comerciantes, muitas pessoas que moravam de aluguel já deixaram suas casas no bairro. Até os taxistas tiveram que mudar a rota: agora, eles evitam passar pelas ruas de Andorinhas, principalmente à noite.

Três tiroteios em um dia

Uma pessoa morreu e pelo menos outras duas ficaram feridas depois de uma troca de tiros ocorrida no início da noite de quarta-feira (15) no bairro Andorinhas, em Vitória. Segundo moradores da região, mais de 30 tiros foram disparados. Os dois baleados foram socorridos pelos próprios vizinhos e levado para o Hospital São Lucas.

Adevanil Gomes dos Santos Filho, de 23 anos, chegou ao bairro com uma turma de pessoas e atirou em um grupo que estava no ponto final de ônibus de Andorinhas, o mesmo local onde as outras duas trocas de tiros ocorreram mais cedo. Após o ataque, que deixou dois feridos, Adevanil fugiu e acabou levando dois tiros e sendo morto.

Foi o terceiro tiroteio ocorrido no bairro em pouco mais de oito horas. A polícia afirma que trata-se de uma disputa pelo controle do tráfico entre bandidos de Andorinhas e do Mangue Seco, bairro vizinho. A guerra pelo mercado de drogas da região vem se estendendo desde o início do ano.

Violência recorrente

Desde o início do ano, o tráfico de drogas vem impondo uma rotina de tiros, mortes e regras à população. Os tiroteios se tornaram constantes na região, devido à disputa pelo comércio de drogas entre os bairros.

Em setembro, após um rapaz de 18 anos ser confundido com um traficante e ser baleado na cabeça, a população do bairro realizou um protesto que parou por duas horas a Reta da Penha e causou um caos no trânsito da capital.