A Comunicação Interventricular (CIV) é uma doença pouco conhecida. Ela ganhou visibilidade nos últimos dias após os atores Thaila Ayala e Renato Góes revelarem o diagnóstico da filha, de apenas dois meses.
No início do mês, a pequena Tereza passou por uma cirurgia para tratar o problema que é considerado uma cardiopatia congênita, ou seja, uma doença no coração que surge ainda na gestação.
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O cardiologista Diogo Barreto explica que as “falhas” na formação do coração são raras. No caso da CIV, um dos sinais que pode indicar a doença é o cansaço apresentados pelos pacientes.
“As crianças podem evoluir com cianose, ou seja, extremidades frias, isoladas por falta de oxigênio. Apesar de rara, ela pode acontecer e os pediatras e cardiologistas têm que ficar atentos a alguns sintomas, como quando o paciente sente cansaço durante o choro ou mamada, demonstra irritabilidade e pneumonias e/ou infecções pulmonares de repetição”, pontuou.
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CIV atinge de 2 a 5 a cada mil nascidos vivos
O médico cardiologista intervencionista Airton Arruda, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia no Espírito Santo (SBC-ES), afirma que a CIV não é das cardiopatias mais frequentes, acontecendo entre 2 a 5 em cada mil nascidos vivos.
“O coração é dividido em quatro cavidades, sendo dois átrios e dois ventrículos. Os ventrículos fazem o bombeamento de sangue; o lado esquerdo para a aorta e tecidos e o lado direito vai para o pulmão. Entre os dois há uma parede, o septo. Quando há um defeito ou um orifício no septo, o sangue se mistura do lado esquerdo, que tem mais pressão, para o lado direito. Isso é a CIV, que ocorre por conta de uma falha embriológica na formação da parede”, iniciou.
Segundo Arruda, os sintomas costumam não surgir tão precocemente, exceto se a CIV for muito grande. Normalmente o pediatra descobre por conta de um sopro cardíaco.
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Alguns casos, principalmente nos dois primeiros anos, se forem pequenos, podem fechar espontaneamente, à medida que o septo cresce e vai ocluindo o defeito, ou buraquinho.
“Acontece de casos que podem persistir até a vida adulta. E como é uma cardiopatia que mistura o sangue do lado direito e esquerdo e leva uma pressão mais alta no pulmão, então, normalmente, quando não cede espontaneamente, deve ser avaliado por técnicas para que se entenda a repercussão da doença”, acrescentou o especialista.
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Quando a doença persiste, não é raro que cause fadiga, falta de ar e até palpitação. Em relação ao tratamento, o cardiologista disse que atualmente ele é feito de forma mais conservadora.
“O tratamento era feito por cirurgia tradicional, com peito aberto, com parada do coração e colocação de um patch (como se fosse um remendo) para fechar o defeito. Atualmente, talvez a maior parte consiga ser fechada por técnicas percutâneas, como por meio de catéter, que são minimamente invasivas”, esclareceu.
Assim como toda doença, ele deixa o alerta: ela deve ser monitorada e assim que aparecerem sinais de repercussão, deve ser tratada, não deixando que evolua muito. As repercussões podem ser monitoradas por ecocardiograma.